Os governos Lula e Dilma foram os que mais investiram na educação do país, entre 2006 a 2013 o investimento chegou a 6,2% do PIB, mesmo assim o Brasil sempre amargou as últimas colocações do relatório do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). O ano de 2012 pode ser desconsiderado o pontapé inicial, pois todo investimento em educação, os resultados vêm a médio e longo prazo. Porém em 2018, o relatório já anunciava o desastre que era a qualidade de ensino no país, mesmo com o maior investimento federal no setor anos atrás, o índice de alfabetismo ainda continuava baixo. Matemática era o carro chefe em 65º colocação; seguido de Ciências, 61º; e Leitura 53º. O último relatório de 2023 não mudou o prognóstico, embora classifiquem como um resultado estagnado, o PISA traz uma diferença como consolo para os país abaixo da média, o fato de os estudantes ricos estarem também abaixo da média.
Brasil é um pedra na curva do rio, apesar dos maiores investimentos na educação através do governo Lula e Dilma, o país não decolou. No próprio site do PT que se gaba de ter injetado o maior valor já dedicado à educação, e se gaba pelo feito, talvez por má fé ou por não fazer concepção realmente do desastre que ocorreu. Aqui não contestando o investimento em si, mas para onde foi direcionado sem um estudo técnico prévio. O montante, segundo o site oficial de orçamento destinado às universidades federais chegou R$ 32,9 bilhões, o que torna o caso ainda mais escabroso. Se o valor destinado à educação não trouxe resultados satisfatórios, pífios para ser mais exato, mostra que a verba foi usada de forma indevida, sem qualquer resultado prático e ficou bem distante do objetivo original.
PIRÂMIDE INVERTIDA
O próprio site do PT traz dados de que o governo se preocupou em redemocratizar o ensino superior, criar o maior acesso de inclusão dos últimos tempos para os alunos de baixa renda: financiamentos, bolsas parciais e integrais. Não resta dúvida sobre o fato de que muitos alunos tiveram a chance de se formar em boas universidades. No entanto, para outra grande maioria que não conseguiu trabalho na área, para qual estudou, por diversos motivos restou frustração e dívidas de financiamento. Outro problema da pirâmide invertida está relacionado à escolaridade dos alunos, no ano de 2018, 70% dos que terminavam o ensino médio não sabiam o básico de português e matemática. Gastou-se muito para promover o ensino superior e esqueceu a base, fortalecer o ensino fundamental I e II. O aluno que quer se profissionalizar na faculdade, financiado pelo governo, mas não sabe o básico do ensino fundamental, imagina a qualidade destes profissionais, saindo do curso superior para o mercado de trabalho?
DESVALORIZAÇÃO PROFISSIONAL E FALTA DE INFRAESTRUTURA
No ano de 2012, o jornal A Verdade, um jornal dos trabalhadores na luta pelo socialismo já trazia o prognóstico dos problemas enfrentados pela educação brasileira, mesmo com os altos investimentos do governo, o jornal já denunciava as más condições das escolas públicas: sucateamento das escolas e das infraestruturas, classes superlotadas e desvalorização do professor. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em levantamento realizado em 2011 com 40 países desenvolvidos e em desenvolvimento, o Brasil paga o terceiro pior salário, menos de 5 mil dólares por ano, no início de carreira.
CORRUPÇÃO
Um dinheiro mal direcionado, mal aproveitado e surrupiado. Boa parte acabou nas mãos de faculdades mantenedoras de ensino superior que receberam de forma ilegal mais de 1 bilhão de reais em recursos do Fies. Desde escritórios de lobby que produziam documentos falsos ao apoio de servidores do MEC, segundo os auditores da Receita Federal, 30% de tudo que era repassado às entidades de ensino retornava para Brasília em forma de propina. Na data da matéria, 2021, o Fies acumulava um prejuízo de 13 bilhões de reais, provocado pela inadimplência de alunos que solicitaram o financiamento e, depois de formados, não tiveram condições de pagar a dívida. Perdoados pelo governo Bolsonaro no mesmo ano de 2021. Também não se pode descartar a política do “fique em casa, economia a gente vê depois” um evento atípico que manteve os alunos fora da escola, um erro grotesco cometido pelos ideólogos de plantão.
O brasileiro tem a síndrome do caolho, sempre tem o mau hábito de se comparar ao mau exemplo para aliviar as próprias falhas, as deficiências de um ensino que, apesar dos grandes investimentos, não alavancou no cenário mundial, e isto se deve muito a falta de projeto técnico na hora de trabalhar um objetivo a médio e longo prazo. Nada complicado quando o próprio relatório do PISA mostra o caminho, modelos eficientes no topo da lista, países como Japão, Cingapura, Coréia do Sul estão no topo da lista e mostram os motivos de estarem na parte de cima: leis rígidas, uma forte educação de base e disciplina.
O relatório do PISA mostra também que não adianta colocar recursos monstruosos na educação, como a redemocratização do ensino superior, se o aluno que chega lá, não consegue interpretar um texto simples de português, não tem disciplina e não respeita a hierarquia. O primeiro passo é inverter a pirâmide de investimentos, melhorar a qualidade dos profissionais de ensino fundamental I e II, melhorar a infraestrutura das escolas, menos alunos por classes para o professor aproveitar mais o tempo, selecionar os melhores professores e remunerá-los. Criar leis mais severas até mesmo para proteger o professor na sala de aula. Assim sendo o aluno quando deixar o Ensino Médio, estará mais preparado e confiante para ingressar na vida adulta e no mercado de trabalho.